O que Jack Draper realizou esta semana em Indian Wells parece quase irreal.
O jovem talento britânico, que nunca havia chegado a uma final de Masters 1000, teve uma campanha impressionante no BNP Paribas Open e coroou sua trajetória com uma vitória dominante por 6-2, 6-2 sobre o dinamarquês Holger Rune na final deste domingo.
Após o ponto decisivo, Draper caiu de joelhos e ergueu as mãos para o céu, em um momento de pura emoção. Mais tarde, ele afirmou que esta conquista foi o resultado de anos de dedicação e esforço.
A partir desta segunda-feira, Draper fará sua estreia no Top 10 do ranking da ATP, tornando-se o segundo britânico mais jovem da história a alcançar essa marca, aos 23 anos e dois meses – atrás apenas de Andy Murray. Ele ocupará a sétima posição no ranking mundial.
Trajetória histórica em Indian Wells
Esta foi apenas a terceira participação de Draper no torneio californiano. No ano passado, ele caiu logo na estreia e admitiu que não estava bem mentalmente, além de enfrentar dificuldades no saque.
“É incrível vencer aqui”, disse Draper após a final. “Acompanhei este torneio desde pequeno, assistindo aos grandes campeões jogando nesta quadra. Significa o mundo para mim poder levantar esse troféu.”
A edição deste ano do BNP Paribas Open também entrou para a história ao registrar um novo recorde de público, com 504.268 espectadores passando pelo Indian Wells Tennis Garden ao longo do evento.
Para chegar à final, Draper superou uma série de adversários de alto nível. Ele estreou derrotando o brasileiro João Fonseca e, na sequência, eliminou o americano Jenson Brooksby. Depois, venceu dois dos três melhores tenistas dos Estados Unidos: o terceiro cabeça de chave, Taylor Fritz, e o 11º, Ben Shelton.
Na semifinal, Draper protagonizou uma das maiores surpresas do torneio ao encerrar a impressionante sequência de 16 vitórias de Carlos Alcaraz no evento. Com isso, ele impediu que o espanhol conquistasse seu terceiro título consecutivo em Indian Wells.
Domínio absoluto na final
Desde o primeiro game da final contra Rune, Draper demonstrou controle total do jogo. Ele conseguiu uma quebra logo no início, confirmou o serviço e, com um segundo break, abriu rapidamente 3-0 no primeiro set.
Seu forehand atingiu velocidades de até 133 km/h nos momentos iniciais do jogo, demonstrando sua agressividade. Mantendo um alto nível de consistência, Draper converteu três dos cinco break points que teve e disparou sete aces sem enfrentar um único break point contra seu saque. O primeiro set foi encerrado em apenas 30 minutos.
O domínio continuou no segundo set. Draper conseguiu mais uma quebra logo no começo e passou a ditar o ritmo do jogo, controlando as trocas do fundo de quadra e aproveitando sua confiança acumulada ao longo da semana.
Com seu saque de canhoto altamente eficiente, ele não cedeu nenhuma chance de quebra ao adversário e caminhou para uma vitória que parecia inevitável.
“Jack jogou um torneio incrível e mereceu vencer hoje”, reconheceu Rune. “Ele sacou muito bem, sem dúvida. Mas eu também poderia ter feito melhor. As oportunidades que tive para ser mais agressivo não foram boas o suficiente.”
A final durou apenas 69 minutos, tornando-se a mais rápida em Indian Wells na última década – superando a decisão de 2016, que havia sido concluída em 77 minutos.
O britânico também deu o troco em Rune, que havia levado a melhor no único confronto anterior entre os dois, no Masters 1000 de Cincinnati do ano passado, com um triunfo por 6-4, 6-2.
Agora, Draper entra definitivamente para a elite do tênis mundial e mostra que seu nome precisa ser levado a sério no circuito.